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quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Cientistas brasileiros podem revolucionar válvulas cardíacas

Uma equipe de pesquisadores brasileiros do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (Cemeai), da USP e Unicamp, está trabalhando no aprimoramento de uma válvula cardíaca artificial com um design inovador, que promete melhorar a qualidade de vida de pacientes com estenose aórtica.

O diferencial do dispositivo está na possibilidade de se dispensar o paciente de fazer tratamentos adicionais com anticoagulantes, usualmente adotados nestes casos após a inserção da prótese, via transplante.

Para quem tem pressa

-A estenose aórtica é uma doença que afeta a válvula aórtica, responsável por controlar o fluxo de sangue do coração para a aorta, a principal artéria do corpo.

-Quando essa válvula se estreita, o sangue tem dificuldade para passar, causando sintomas como falta de ar, dor no peito e, em casos graves, morte súbita.

-A doença atinge de 2% a 5% da população mundial, principalmente idosos, segundo o Jornal da USP.

-Nesse sentido, o dispositivo pode revolucionar o tratamento evitando a formação de coágulos.

Em casos mais severos da doença, a única opção para promover uma melhora na qualidade de vida do paciente é realizar um transplante.

A operação consiste em substituir a válvula natural disfuncional por uma artificial (ou prótese). Há vários tipos de próteses disponíveis, e a escolha vai depender das condições de cada paciente.

Tipos de válvulas
Atualmente, existem três tipos principais de válvulas cardíacas artificiais: mecânicas, poliméricas e biológicas.

-As válvulas mecânicas são feitas de metal com uma vida útil mais longa, mas requerem o uso de anticoagulantes.

-As válvulas poliméricas são feitas de polímeros, com uma vida útil menor, mas não requerem o uso de anticoagulantes.

-As válvulas biológicas são feitas de tecido animal ou humano e não requerem o uso de anticoagulantes, mas precisam ser trocadas com mais frequência.

Os anticoagulantes são utilizados para "afinar" o sangue, ou seja, impedem a formação de coágulos e facilitam a circulação sanguínea.

Esse tipo de tratamento medicamentoso requer extremo cuidado e atenção do paciente, sobretudo com sangramentos, para evitar risco de complicações.

Válvula de Wheatley

A Válvula Aórtica de Wheatley é uma válvula polimérica, desenvolvida pelo pesquisador e cirurgião cardíaco escocês David J. Wheatley, em 2012. O modelo inovador feito em folhetos em forma "S" permite que ele abra e feche rapidamente, evitando a formação de coágulos.

No entanto, ainda era necessário aperfeiçoar o desempenho mecânico do dispositivo, uma questão essencialmente ligada aos domínios da matemática e da engenharia. Foi nesse contexto que os pesquisadores brasileiros entraram em cena, após uma colaboração entre o Cemeai e a Universidade de Strathclyde, no Reino Unido.

Oliveira explica que a dinâmica do movimento envolve:

-Conceitos da mecânica dos sólidos;

-Mecânica dos fluidos;

-Métodos numéricos não lineares;

-Técnicas de remalhamento automático;

-Contato de corpos flexíveis;

-Computação de alto desempenho.

Sendo assim, o Cemeai lidera um projeto pioneiro no Hemisfério Sul, utilizando modelagem matemática e simulação computacional para aprimorar a válvula antes dos testes clínicos, resultando em economia de tempo e recursos.

Vale ressaltar que o modelo computacional reduz o tempo de concepção e os custos de produção de protótipos e testes experimentais.

Etapas do processo

Para conseguir a aprovação dos mais importantes órgãos reguladores de saúde no planeta, há diversas etapas a serem cumpridas. Ainda assim, Oliveira lembra que antecipar situações adversas futuras da válvula pode ser muito importante para os pacientes.

Projeto chegou à Câmara

Nesse meio tempo, o trabalho atraiu olhares no Brasil e no exterior, e a ANSYS (empresa líder mundial no ramo de simulações de softwares de engenharia) convidou o pesquisador para uma sessão pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, onde discutiram a importância da simulação computacional na inovação em tratamentos e dispositivos.

Fonte: OLHAR DIGITAL

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